sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

BB tem lucro recorde de R$ 11,7 bilhões


Ganho do ano passado, o maior de um banco brasileiro na história, foi em boa parte turbinado pelo reavaliação atuarial feita no fundo de pensão Previ - o que contribuiu com R$ 4,3 bilhões do lucro total; banco destaca a expansão do crédito no ano

Ajudado por resultados do fundo de pensão Previ, o Banco do Brasil teve em 2010 o maior lucro de sua história e também do sistema bancário. Do ganho total de R$ 11,7 bilhões, R$ 4,3 bilhões decorreram do que se chama tecnicamente de reavaliação atuarial de ativos e passivos do fundo. No ano passado, a Previ já havia contribuído para os números finais do BB, mas numa proporção menor - R$ 1,2 bilhão de um lucro de R$ 10,2 bilhões.

BC adotou medidas para segurar crédito com objetivo de conter inflação, diz Bendine
Analistas chamaram a atenção para o efeito. "Excluindo esse impacto, o resultado do banco teria vindo de acordo com nossas expectativas", afirmou, em relatório, o analista de bancos da Fator Corretora, Fernando Salazar.

A analista de serviços financeiros da Ativa Corretora, Luciana Leocádio, observou que a Previ contribuiu com R$ 1,9 bilhão do lucro líquido de R$ 4 bilhões registrado no quarto trimestre. Ainda assim, elogiou o desempenho. "(O efeito da Previ) não tira o mérito do banco", observou. "O crescimento foi bom, com expressiva alta do crédito e queda da inadimplência superior ao que o próprio banco esperava."

Os executivos do BB destacaram justamente a expansão do crédito, que, segundo eles, tem sido o principal motor dos resultados recentes. Vale lembrar que a atual diretoria tomou posse no auge da crise global, no primeiro semestre de 2009, com a clara incumbência (dada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva) de crescer o volume de empréstimos.

Ao final do ano passado, a carteira de crédito do banco era de R$ 358 bilhões, com avanço de 19,1% em relação ao ano anterior. Para 2011, disse o presidente do BB, Aldemir Bendine, a expectativa é de uma expansão de 17% a 20% para o crédito total, sendo 19% a 23% nas pessoas físicas e 17% a 20% entre as empresas. É uma projeção mais alta que a do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que acredita em uma alta de 10% a 12%.

Bendine afirmou que a presidente Dilma Rousseff orientou a diretoria do banco a dar prioridade para o crédito para projetos de investimento no País, notadamente em infraestrutura. "Ela nos pediu para dar um direcionamento para o crédito produtivo privado", disse. "O BB será ator importante nesse processo."

Sem bolha. Em 2009 e 2010, o carro-chefe do crédito foi a pessoa física. Mas, no fim do ano passado, o Banco Central (BC) adotou um conjunto de medidas macroprudenciais para reduzir o ritmo de expansão no segmento. Bendine disse que o sistema acusou o golpe. "Em janeiro e no início de fevereiro, houve queda na demanda por produtos de financiamento ao consumo."

Ele rechaçou a hipótese de um superaquecimento do crédito no País. "Minha avaliação pessoal é de que o Banco Central adotou as medidas para frear o consumo e, por tabela, reduzir a pressão inflacionária." Ao divulgar o resultado de 2010, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, também negou a existência de bolhas no País.

O presidente do BB afirmou que a instituição deve anunciar nas próximas semanas a compra de um pequeno banco nos Estados Unidos. Segundo ele, essa aquisição já deveria ter ocorrido, mas uma mudança na negociação com as instituições americanas atrasou o cronograma.

"Estávamos negociando com três bancos. Um deles estava mais avançado, mas as conversas retrocederam e acabamos nos voltando para outro."

O BB encerrou 2011 com ativos totais de R$ 811,2 bilhões, o que garante à instituição o primeiro lugar do ranking nacional.

Fonte: Jornal Estado de São Paulo

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