quarta-feira, 28 de março de 2012

MODELO SINDICAL BRASILEIRO É CRITICADO POR MINISTRO.

O ministro João Orestes Dalazen, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), fez duras criticas ao sistema sindical brasileiro ao qual chamou de arcaico e defendeu alguns poucos sindicatos (que chamou de exceções) citando o Sindicato dos metalúrgicos do grande ABC com o exemplo de negociação eficiente, ou seja, de montadora em montadora. Em sua opinião as negociações não deveriam ser por categoria.
De origem humilde como fez questão de dizer, acha então que o sindicalismo brasileiro atrapalha o sistema e não ajuda o trabalhador.
Pois bem. Vejamos então o caso dos bancários.
Seria maravilhoso sentar com o maior banco privado do País e negociar com ele até a exaustão. Se fosse somente isso estaria tudo certo.
Acontece que o dinheiro compra, seduz e não tem ética alguma. Quando negociamos e colocamos no papel o que foi acordado, precisamos provar na justiça que o patrão mais rico do País, descumpre as leis e os acordos.
Depois vem o governo com seus acordos “bi-partite” (Governo e Empresário), pois o trabalhador não é consultado a respeito e implanta os chamados programas de governo e colocam jovens aprendizes, estagiários, terceirizados, jovens cidadãos, todos eles a disposição dos patrões para dilacerar as categorias, em especial a dos bancários.
Estes programas demitem os chefes de família e promovem a inserção do jovem no mercado de trabalho.
Não vemos nenhum tribunal defender o trabalhador que perde o emprego, mas com certeza o sindicato esta lá, brigando por eles. Alguns patrões ficam preocupados com a informalidade como os banqueiros por exemplo, mas não levam em conta os milhares de empregos que extinguiu com a implantação da informatização.
Mas voltando as negociações, o menor banco brasileiro também teria que passar por negociação e assim negociaríamos a exaustão para prestigiar os trabalhadores daquela empresa e assim todos os outros passariam pelo mesmo sistema.
Perguntamos então: Que problema tem a negociação por categoria? Qual a diferença do bancário do sul para o do norte do País? NENHUMA.
Em nosso caso de norte a sul do País, todos os bancários ganham o mesmo salário e enfrentam as mesmas dificuldades.
Se o sistema judiciário esta “entopetado de processos” é por culpa exclusiva de maus patrões que acreditam na lentidão dos julgamentos e continuam ganhando dinheiro à custa dos trabalhadores demitidos. Foram criadas as Comissões de Conciliações Previas (CCPs) em vários bancos, mas o que vemos nas propostas ofertadas é vantajoso somente para os patrões ou para aqueles que já estão empregados novamente.
O Imposto sindical até pouco tempo era defendido por todos, inclusive o governo federal, que fica com uma parte do dinheiro também. As centrais sindicais entraram na partilha dos valores deste desconto, temendo que este fosse desviado para outras finalidades, que não as voltadas para o trabalhador. Hoje vemos tribunais empunhando bandeiras favoráveis aos trabalhadores, julgando improcedente o desconto deste imposto que mantém as entidades sindicais vivas.
Quando uma crise atinge o Brasil, a primeira noticia que corre é a de arrocho salarial, corte de verbas que começam pela saúde e educação, seguindo adiante com poucas mudanças, pois os lobbies políticos impedem que a minoria rica seja afetada.
E a mordida do leão então? O IRRF abocanha anualmente grandes fatias salariais dos pequenos e indefesos trabalhadores e contra isso, nenhum tribunal luta contra.
Também tem a cobrança de impostos sobre salários e aí sim o patronato tem razão em reclamar, pois estes são exagerados e a justiça teria que fazer algo neste sentido. Em não fazendo, o patrão repassa suas despesas para as mercadorias e o povão acaba pagando.
Quanto à política brasileira, o comentário é que o dinheiro investido pelo empresário no candidato “A” é o mesmo investido no candidato “B”, logo o patrão estará de braços dados com o vencedor das eleições, enquanto o trabalhador fica torcendo pela conscientização do povo em votar no candidato de sua preferência e confiança, mas daí a acontecer, muita água rola por debaixo da ponte.
Quando um trabalhador assume uma cadeira maior, o povo acredita que a justiça será feita, mas o sistema em volta dele é o mesmo e no final acabam premiados a pequena minoria rica do País e aqueles que os seguem.
SERA QUE O SINDICALISMO BRASILEIRO É QUE É RUIM, ARCAICO E INCONVENIENTE?

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