segunda-feira, 11 de agosto de 2014

MATÉRIA DO FANTÁSTICO EXPÕE A REALIDADE DO CRIME SAIDINHA DE BANCO!

11.08 - 17.05hs
Faço parte da mesa que discute a segurança bancária dentro da Fenaban e posso falar sem medo sobre a matéria que o Fantástico veiculou neste último domingo.
A matéria mostrou claramente no Rio de Janeiro, uma empresária sendo seguida até o banco, vigiada enquanto aguardava ser atendida, a troca de vigia, a perseguição nas ruas, o assalto e o crime de morte.
Dois pontos extrapolam nossas expectativas, primeiro que ela já veio sendo seguida de sua empresa, onde efetuaria alguns pagamentos, então vazou informação interna. O outro, infelizmente é a recomendação de não reagir a assaltos, pois o risco é de perda da vida, como no caso mostrado.
Quanto a maior falha, sem nenhuma dúvida é a inexistência da divisória entre os caixas e a fila de espera, que pela filmagem era possível ver a vítima e os marginais, próximos uns dos outros.
A divisória foi contestada pela Fenaban quando foi criada em Sorocaba no ano de 2007 e foi copiada pelos demais sindicatos bancários do país.
De lá para cá, os banqueiros tem se esquivado de sua colocação e discutido se o município pode ou não legislar neste sentido, dizendo que a Lei 7102 de 1983 não regulamenta a divisória, daí a discordância quanto sua instalação, independente da perda de vidas humanas.
Outro informe do banco é quanto ao investimento em segurança, na ordem de milhões.
Esse valor engloba principalmente, os seguros pagos para os roubos praticados contra as agências e carro forte, que ressarci o dinheiro roubado, estando longe de programar obstáculos para os marginais e garantir a segurança de trabalhadores, vigilantes e clientes.
São garantias de recuperação de perdas. Depois elencam uma série de medidas que devem ser tomadas pelo cidadão, como não ir aos bancos sozinho, não sacar altos valores, usar transferências eletrônicas, nunca investimentos em segurança e prevenção.
Lamentavelmente o movimento sindical não foi consultado sobre o assunto, mostrando parcialidade ao patronato, mesmo que a matéria tenha sido visivelmente contraria as instituições financeiras.
O que pedimos e quais as respectivas respostas dos banqueiros:
- (Vidros blindados nas fachadas dos bancos); Eles negam a possibilidade alegando que em uma explosão o banco vira uma bolha de calor, matando a todos;
-(Divisórias entre os caixas e a fila de espera, alem do mesmo dispositivo no autoatendimento); Eles diziam que não tinham um entendimento sobre a eficiência dos dispositivos (Hoje parece que estão mudando de ideia, com a implantação do projeto-piloto em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes);
-(Porta com detector de metais); Eles não concordam com o dispositivo, pois os assaltos acontecem com a quebra dos vidros laterais as portas. Ignoram nosso pedido dos vidros blindados;
-(Isenção de tarifas com Teds e Docs entre contas do mesmo cliente); Eles dizem que não aceitam ingerências de nossa parte sobre a forma como administram suas empresas (visam lucros nas tarifas);
-(Fim do transporte de chaves feitas por bancários para evitar assaltos e sequestros. Elas seriam guardadas por empresas de segurança); Eles “alegam” que estes crimes não estão relacionados com o transporte das chaves;
-(Filmagens internas e externas, em tempo real, com boa resolução de imagens); Ainda não garantimos este procedimento e a maior discussão fica sobre o tempo real das filmagens e as imagens ainda são péssimas, de última qualidade;
Relembramos que em 2013 tivemos uma morte em Sorocaba, em decorrência de saque feito no banco Itaú da Avenida São Paulo, que não havia instalado a divisória mesmo na vigência da Lei municipal e que após o crime, instalou o dispositivo de segurança às pressas.
Os banqueiros mandam e desmandam em nosso país e compram espaços fabulosos em jornais para divulgar suas proezas e seus produtos, mas são péssimos em segurança e quando abordados sobre o assunto, costumam dizer abertamente que “o problema é de segurança pública” e fim de papo!

Quem ousa desafiar os detentores do poder e quem sabe, se unir ao movimento sindical nesta batalha desigual e interminável!

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