segunda-feira, 30 de junho de 2014

Psicóloga diz que adolescência dura até os 25 anos.

30.06 - 23.01hs

Os tempos mudaram e nossos filhos estão no centro deste assunto.
Nós éramos obrigados trabalhar desde cedo, para compor o orçamento familiar e hoje, com nossa ajuda, eles permanecem mais tempo em casa e só partem para o trabalho quando completam seus estudos. Ótimo para quem tem firmeza e sabe o que quer da vida.
Em alguns casos o jovem prefere o conforto da casa dos pais e aproveita para investir seu dinheiro em outras prioridades, nem sempre econômico.
Para um grupo de especialistas britânicos, milhões de jovens no mundo todo, têm adiado sua declaração de independência e ainda podem ser considerados adolescentes. Segundo estudo publicado na The Lancet, uma revista científica do Reino Unido, a entrada na vida adulta, com todas as responsabilidades que ela traz, está sendo adiada.
E não são apenas fatores econômicos e sociais analisados nesse fenômeno, existem fatores neurológicos envolvidos: exames de ressonância magnética mostram que o cérebro humano continua em processo de maturação mesmo após os 20 anos. Segundo parâmetros da OMS (Organização Mundial da Saúde), a adolescência é compreendida no período dos 10 aos 20 anos de vida, analisa a psicóloga inglesa Laverne Antrobus, que entende deveria se estender até os 25, pois o processo de crescimento ainda está em curso.  
A psicóloga Maria Alice Fontes doutora em Saúde Mental pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) diz que o córtex pré-frontal, área que responde por estratégias cognitivas como a tomada de decisão e a capacidade de avaliar riscos, é a última parte do cérebro a amadurecer devido o aumento da massa branca do cérebro e isso ocorre após os 20 anos.
Para ela "não é interessante considerar o jovem de 25 anos um adolescente. Ele é um jovem que deve ser estimulado para começar a assumir as responsabilidades da vida adulta". A preparação para a vida adulta deve começar ainda na infância, com a progressiva atribuição de tarefas aos filhos. "O jovem tem que acordar, fazer a própria cama, ajudar na arrumação da casa, dar comida para o cachorro. O que vemos, geralmente, são os pais ou empregados assumindo essas demandas, enquanto o jovem fica no sofá", afirma.
Segundo Maria Alice, fatores biológicos, hormonais e culturais devem ser avaliados em sua totalidade para compreender o comportamento atual do jovem. O jovem americano aprende sair de casa cedo e buscar as universidades distantes de seus lares. Com a implantação do Eenem o jovem brasileiro pode ser aceito em boas universidades, independente de distância. É questão de cultura!
 A filósofa Tânia Zagury, professora de Psicologia da Educação da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), pesquisa crianças e adolescentes há quase 30 anos. Ela defende a necessidade de conferir maior autonomia ao jovem de hoje. Segundo a educadora, à medida que as condições financeiras dos pais foram melhorando, eles passaram a adiar a independência dos filhos, custeando a faculdade e até mesmo a pós-graduação deles, o que não é errado.
E se por um lado isso permite que o filho tenha uma formação melhor e mais completa que a dos pais, por outro, adia a entrada do jovem no mercado de trabalho. O que pode torná-lo mais dependente e acomodado. "O jovem não dá valor às coisas que ganha e pode se tornar um insatisfeito crônico. Ele precisa participar dos afazeres domésticos e dividir responsabilidades financeiras com a família. Cabe aos pais fazer o filho entender isso, fixando regras de participação nessa vida em comunidade que é a família", diz Tânia.

(Fonte UOL)

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