11.08 - 17.05hs
Faço parte da mesa que discute a segurança bancária dentro
da Fenaban e posso falar sem medo sobre a matéria que o Fantástico veiculou
neste último domingo.
A matéria mostrou claramente no Rio de Janeiro, uma
empresária sendo seguida até o banco, vigiada enquanto aguardava ser atendida,
a troca de vigia, a perseguição nas ruas, o assalto e o crime de morte.
Dois pontos extrapolam nossas expectativas, primeiro que ela
já veio sendo seguida de sua empresa, onde efetuaria alguns pagamentos, então
vazou informação interna. O outro, infelizmente é a recomendação de não reagir
a assaltos, pois o risco é de perda da vida, como no caso mostrado.
Quanto a maior falha, sem nenhuma dúvida é a inexistência da
divisória entre os caixas e a fila de espera, que pela filmagem era possível
ver a vítima e os marginais, próximos uns dos outros.
A divisória foi contestada pela Fenaban quando foi criada em
Sorocaba no ano de 2007 e foi copiada pelos demais sindicatos bancários do país.
De lá para cá, os banqueiros tem se esquivado de sua
colocação e discutido se o município pode ou não legislar neste sentido,
dizendo que a Lei 7102 de 1983 não regulamenta a divisória, daí a discordância
quanto sua instalação, independente da perda de vidas humanas.
Outro informe do banco é quanto ao investimento em
segurança, na ordem de milhões.
Esse valor engloba principalmente, os seguros pagos para os
roubos praticados contra as agências e carro forte, que ressarci o dinheiro
roubado, estando longe de programar obstáculos para os marginais e garantir a
segurança de trabalhadores, vigilantes e clientes.
São garantias de recuperação de perdas. Depois elencam uma
série de medidas que devem ser tomadas pelo cidadão, como não ir aos bancos sozinho, não sacar altos valores, usar transferências eletrônicas, nunca investimentos em
segurança e prevenção.
Lamentavelmente o movimento sindical não foi consultado
sobre o assunto, mostrando parcialidade ao patronato, mesmo que a matéria tenha
sido visivelmente contraria as instituições financeiras.
O que pedimos e quais as respectivas respostas dos
banqueiros:
- (Vidros blindados nas fachadas dos bancos); Eles negam a
possibilidade alegando que em uma explosão o banco vira uma bolha de calor, matando
a todos;
-(Divisórias entre os caixas e a fila de espera, alem do
mesmo dispositivo no autoatendimento); Eles diziam que não tinham um entendimento
sobre a eficiência dos dispositivos (Hoje parece que estão mudando de ideia,
com a implantação do projeto-piloto em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes);
-(Porta com detector de metais); Eles não concordam com o
dispositivo, pois os assaltos acontecem com a quebra dos vidros laterais as
portas. Ignoram nosso pedido dos vidros blindados;
-(Isenção de tarifas com Teds e Docs entre contas do mesmo
cliente); Eles dizem que não aceitam ingerências de nossa parte sobre a forma
como administram suas empresas (visam lucros nas tarifas);
-(Fim do transporte de chaves feitas por bancários para
evitar assaltos e sequestros. Elas seriam guardadas por empresas de segurança);
Eles “alegam” que estes crimes não estão relacionados com o transporte das
chaves;
-(Filmagens internas e externas, em tempo real, com boa
resolução de imagens); Ainda não garantimos este procedimento e a maior
discussão fica sobre o tempo real das filmagens e as imagens ainda são
péssimas, de última qualidade;
Relembramos que em 2013 tivemos uma morte em Sorocaba, em decorrência
de saque feito no banco Itaú da Avenida São Paulo, que não havia instalado a
divisória mesmo na vigência da Lei municipal e que após o crime, instalou o
dispositivo de segurança às pressas.
Os banqueiros mandam e desmandam em nosso país e compram
espaços fabulosos em jornais para divulgar suas proezas e seus produtos, mas
são péssimos em segurança e quando abordados sobre o assunto, costumam dizer
abertamente que “o problema é de segurança pública” e fim de papo!
Quem ousa desafiar os detentores do poder e quem sabe, se
unir ao movimento sindical nesta batalha desigual e interminável!
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